Parecer técnico recomenda adoção da metodologia de ensino de Ciências em escolas públicas
A metodologia Sangari para o ensino de Ciências é uma solução que contribui para "melhorar o desempenho do professor e, consequentemente, o interesse, entusiasmo pela Ciência e a aprendizagem do aluno.” A constatação é de Maria Madalena Rodrigues dos Santos, especialista em Educação com renome internacional, que analisou e emitiu um parecer técnico de alto nível sobre a metodologia brasileira. O programa, afirma ela, “apresenta uma proposta interessante e inovadora, e vem solucionar questões essenciais", preenchendo no Brasil "um vazio no ensino das Ciências no Ensino Fundamental, do 1º ao 9º ano”.
O parecer da especialista é mais um reconhecimento da qualidade e da eficácia da metodologia Sangari, que já recebeu aprovação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), entre outras instituições internacionais. Doutora em Educação pela George Washington University, mestre em Educação pela California State University, Madalena foi professora titular de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), atuou no governo de Pernambuco e no Ministério da Educação, foi Country Sector Leader dos Setores Sociais do Banco Mundial para o Brasil e hoje atua como consultora e especialista sênior em Educação para o Banco Mundial.
O parecer da especialista recomenda a adoção do programa da Sangari nas redes públicas: “Espera-se que o poder público possa examinar a viabilidade da oferta de maneira sustentável desse programa nas escolas públicas para que se desenvolvam gerações de alunos críticos, criativos, participativos e inovadores, e com as competências necessárias ao desenvolvimento individual de cada um e de um país que enfrenta um cenário internacional de grande competitividade”.
Elementos de sucesso
Madalena visitou escolas públicas que adotam o programa e fez avaliações detalhadas. Num trecho do parecer ela destaca o resultado da boa formação do professor, sua autonomia na sala de aula e a adequação de planos de aula, materiais e equipamentos. “Assinalamos em todas as aulas: (a) o domínio do (a) professor (a) sobre o conteúdo do que estava sendo transmitindo e o uso da metodologia adequada para ensinar aquele conteúdo; (b) bom uso dos materiais, tecnologia e equipamento disponíveis; (c) utilização adequada de trabalhos em grupo; e (d) total envolvimento dos alunos”, afirma a especialista.
“Consideramos que o programa contém os elementos dos programas que têm sucesso”, diz o parecer, citando a sistematização dos conhecimentos, o treinamento dos professores, livros e materiais didáticos em apoio ao currículo, equipamento e outros materiais didáticos para apoiar o processo ensino-aprendizagem, acompanhamento e assistência técnica ao professor e avaliação da implementação e do impacto do programa.
A consultora destaca ainda duas características fundamentais para o êxito no ensino de Ciências: a metodologia adapta os conhecimentos de Ciência ao nível e interesse da criança e melhora o conhecimento científico e a habilidade e confiança do professor em ensinar Ciências, levando-o a comprometer-se mais com o aprendizado do aluno. Madalena diz que sua análise "leva a afirmar que efetivamente o programa prepara adequadamente os professores no uso de metodologias que facilitam a aprendizagem dos alunos”.
Aprovação internacional
Além deste parecer de alto nível, do reconhecimento da Unesco e do BID, a metodologia Sangari tem a aprovação internacional de instituições como a Associação Nacional dos Professores de Ciências dos Estados Unidos (NSTA, na sigla em inglês), da Fundação Clinton, da Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI), da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), entre outras.
Os programas de ensino de Ciências utilizando a metodologia Sangari já beneficiaram pelo menos 674 mil estudantes da escola fundamental no Brasil, em escolas públicas e particulares. Hoje, 500 mil estudantes das redes públicas do Distrito Federal, do município do Rio de Janeiro e da cidade de Botucatu (SP), além de escolas particulares de todo o Brasil, aprendem Ciências com o conteúdo, os equipamentos e os materiais do CTC - Ciência e Tecnologia com Criatividade, o nome dado ao programa da Sangari.
Desenvolvida e aperfeiçoada ao longo de dez anos, a metodologia Sangari está sendo exportada para outros países. Na Argentina, foi implementada em escolas públicas das províncias de Buenos Aires e Tucumán, num programa do Ministério da Educação da Argentina com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Nos Estados Unidos, projetos pilotos estão senso executados em escolas públicas de diferentes estados. Em 2010, os projetos envolvem Nova Jersey, Massachusets, Misouri, Colorado e Pensilvânia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário